Jalapão

Eu e o Rodrigo tínhamos uma semana de férias e surgiu o desejo de uma viagem em família, apenas nós 4. Olhei alguns resorts mas nenhum me atraiu! E acabei procurando turismo de aventura, afinal sou mãe de meninos!

Havíamos feito uma viagem para os Lençóis Maranhenses em 2014 que gostamos muito pela empresa “Venturas” e escolhi outro destino com a empresa: JALAPÃO!

Caminhão da Korubo adaptado para as estradas da região…

 

Saímos cedo de Uberlândia (após uma big festa de 18 anos da Carol) e fizemos escala em Brasília. Aproveitamos para almoçar com o Vovô Euclides e Vovó Míriam e matar saudades. Fizemos um mini tour pela cidade e almoçamos um camarão delicioso no Coco Bambu.

Chegamos em Palmas, a mais nova capital brasileira (1989) ao final do dia e alugamos um carro. Ficamos hospedados no elegante Girassol Plaza Hotel.

Deixamos as malas e fomos jantar comida típica local na feira que funciona aos domingos na principal avenida da cidade, Av. Teotônio Salgado. Rodrigo encarou um chamburi (cozido da canela do boi) e uma buchada!

 

Feira de artesanato de Palmas

 

Rolou conversa “filosófica” em família: histórias de vida e da infância (deles e nossa)! Amo essas oportunidades!

Na 2af acordamos tarde e curtimos preguiça no café da manhã e na piscina do hotel.

Depois fomos explorar a cidade:

Praia da Graciosa no Rio Tocantins

Praia do Prata, no lago de Palmas

 

 

Foi engraçado escutar o garçom nos receber no restaurante Araras na Praia do Prata e comentar que o dia estava frio (detalhe: estava 27 graus! Na verdade estava um pouco nublado e apenas menos quente do que o calor infernal que devem estar acostumados!)

Almoçamos peixe e os meninos se divertiram no pula pula dentro da água.

Visitamos o Parque Cesamar e ainda deu tempo de terminar o dia na piscina do hotel!

Recebemos a visita do Daniel, um primo da minha sogra e tivemos uma aula de geografia e história de um senhor de 75 anos com muita bagagem cultural, nacional e mundial!

Na 3af fomos para o distrito de TAQUARUÇU, a 30km de Palmas,  conhecido pelo ecoturismo. Visitamos a casa do artesão e a Fazenda Ecológica. Não tinha almoço disponível (também era uma 3af na baixa temporada!) mas aproveitamos para uma trilha até a cachoeira. Conseguimos comer uma tapioca antes de encarar outra trilha até as 2 cachoeiras mais famosas da cidade: “Escorrega macaco” e “Roncadeira”.

O Rodrigo e os meninos até encararam um banho gelado de cachoeira! Já havíamos feito algumas trilhas de cachoeira com eles (Pirenópolis, Brotas e Chapada dos Veadeiros) mas essa me pareceu a mais alta.

 

E foi assim que comemoramos o dia 17 de abril…
há 21 anos rolou o primeiro beijo e hoje rolou aventura com a linda família que construímos!

 

Devolvemos o carro, fomos para o hotel debaixo de uma chuva torrencial e mas ainda sobrou energia dos meninos para um pulo na piscina.

Quando chegamos no quarto prontos para descansar para o dia seguinte descobrimos que tínhamos que levar toalha para o acampamento no Jalapão, e como não trouxemos lá fomos nós ao Shoping Capim Dourado! Os meninos haviam nos pedido para ir ao Shoping (que era perto do hotel) mas isso “é contra nossos princípios” já que nesses lugares gostamos de fazer turismo local e de natureza!

Toalhas compradas e malas arrumadas a expectativa era grande para aventura que iria começar no dia seguinte…

Na 4af saímos cedo do hotel com um micro ônibus da Korubo.

 

Éramos um grupo de 16 pessoas e claro, só nós com crianças!

Tinha até uma casal em lua de mel e não resisti e perguntei porque haviam escolhido esse destino e a resposta me surpreendeu: por causa da novela! Nem sabia que havia uma novela sendo filmada no Jalapão! Pois é, a atual novela das 8 da Rede Globo “Do Outro Lado do Paraíso” está ajudando a divulgar o turismo local.

Após 2hs e meia balançando no ônibus chegamos em Ponte Alta, o último vilarejo (8000 habitantes) antes do Jalapão. Almoçamos e embarcamos em um caminhão adaptado para as estradas de terra, carinhosamente chamado de dragão (o nome mais adequado seria “sacode sacode”!) e nos afastamos da civilização.

No caminho paramos no Vale do Sussuapara e fizemos uma trilha no cânion pelo riacho até a cachoeira. Um local refrescante em meio a aridez do cerrado, com águas que escorrem por uma fenda entre as rochas.

 

E fizemos outras paradas estratégicas no meio do cerrado para lanche e para o “matoilete” (toilete no mato, ou na moita!).

 

 

Chegamos ao acampamento Safari Camp no final do dia e tomamos um delicioso banho no Rio Novo.

 

Refeitório do Acampamento

O acampamento, ao lado do rio, é muito bem estruturado: 15 tendas, refeitório, chuveiro e até energia solar para aquecer o banho (eu estava esperando banho frio!). Iluminado com lamparinas, o gerador é ligado apenas pela manhã e todos correm para colocar o celular para carregar no refeitório. Não que tivesse rede de celular ou muito menos Wi-Fi, mas para usar o celular para fotografar!

 

Jantamos e ainda tivemos um “standup” comedy com nosso guia Walley que tem um irmão gêmeo Halley, outro irmão Wesley e 16 primos todos com nomes começados com W, B ou T…

 

Guia Walley e guia mirim Lucas

 

Na 5af o guia nos acordou 6:00 e partimos no “sacode sacode” em direção ao FERVEDOURO da Bananeira.

É uma nascente de água morna e translúcida num poço com areia branca, que causa um fenômeno super interessante: a areia fica “movediça” e devido à pressão da água que nasce é impossível afundar! Só é possível entrar 6 pessoas de cada vez no poço. Os meninos se deliciaram.

 

Fervedouro da Bananeira

 

Depois visitamos outro fervedouro, bem maior, onde foi possível entrar todos do grupo e ficar nadando por um bom tempo.

Nós 4 e o guia caminhando no meio do cerrado…

 

Almoçamos em um local próximo (o cozinheiro vai com grupo para fazer o almoço) e seguimos para linda Cachoeira do Formiga, de água cristalina cor esmeralda! Lucas se matou nadando contra a correnteza tentando chegar na cachoeira, e após inúmeras tentativas conseguiu!

 

Cachoeira do Formiga – olha a cor da água!! super transparente…

 

Na volta paramos na cidade de Mateiros para compras de artesanato e refrescar com sorvete de frutos do cerrado.

 

Artesanato local de Capim Dourado

 

Chegamos ao acampamento já no escuro, tomamos banho e jantamos. Papai e Lucas acenderam uma fogueira ao lado da nossa barraca e rolou uma “dinâmica” de elogiar cada um da família. Eu e o Rodrigo sempre elogiamos os meninos mas foi super interessante vê-los escolhendo as qualidades que apreciam no irmão (mesmo que com uma cara um pouco amarrada do nosso adolescente…).

 

Torneira na porta do refeitório do acampamento

 

Na 6af acordamos cedinho (5:30) para ver o nascer do sol no mirante. Após o café da manhã mais uma aventura: descer de caiaque pelo Rio Novo. Foram 5 km com direito a um joelho ralado no Lucas (sempre ele, o mais destemido da família).

 

Lucas e o guia Walley

 

Grupo pronto para encarar o Rio Novo

 

Adivinha qual caiaque virou quando passamos na correnteza? O do Daniel! Mas depois descobrimos que o caiaque dele estava com uma rachadura e havia enchido de água, o que favoreceu a queda. Ele terminou o trajeto no caiaque de uma moça que havia desistido e passado para o caiaque do guia.  Ao final o caminhão nos aguardava para retornar ao acampamento.

Almoçamos e tivemos tempo para descansar na rede, tirar um cochilo e ler um pouco. Daniel fez uma caminhada com alguns do grupo até uma prainha próxima e Lucas ficou brincando na areia ao lado do rio.

 

Praia no acampamento

pernilongo adorou o sangue fresco do Lucas!

Após o descanso mais uma expedição para conhecer duas paisagens maravilhosas do Jalapão: a Serra do Espírito Santo e as dunas.

 

Serra do Espírito Santo

Caminhamos muito nas dunas e o Lucas matou saudade de descer as dunas rolando como fez nos Lençóis Maranhenses.

Dunas do Jalapão

Dunas do “deserto” do Jalapão

 

Rodrigo literalmente de pernas pro ar… férias no Jalapão!

 

E na última noite no Jalapão assistimos a um espetacular pôr do sol.

 

Pôr do sol nas dunas do Jalapão

 

Chegamos ao acampamento já de noite e após o jantar o programa foi em volta da fogueira escutando o guia contar histórias do Jalapão.

De todas as paisagens que vimos sabe qual chamou mais a atenção dos paulistas que estavam no grupo conosco? O céu do Jalapão! Ali, no meio do nada, sem nenhuma luz para ofuscar as estrelas davam o seu show…

 

Essa foto é do céu, tirada por um dos integrantes do grupo, o alemão, que deixou o obturador aberto para captar a luz das estrelas…

No sábado saímos cedinho já com as malas e fomos a imponente Cachoeira da Velha (que fica no Rio Novo!), a maior cachoeira do Jalapão.

 

Cachoeira da Velha

 

Tomamos um último banho de rio, seguido de um lanche-almoço levado pelos guias e encaramos o longo percurso de volta à Palmas, com troca do veículo em Ponte Alta.

 

Banho de rio… olha só o que o Lucas aprontou com o pai!

 

Lanche almoço na escadaria de acesso a cachoeira antes de encarar a volta para Palmas
Repararam no olho do Lucas? Olha onde ele foi picado!!

o inesquecível “sacode sacode”

Acordando do cochilo no “sacode sacode”

 

E no domingo vôo para SP e depois Uberlândia…

O grupo que nos acompanhou era muito entusiasmado e o guia mais ainda, o que tornou a viagem bem divertida. Foram 4 dias diferentes em contato intenso com a natureza!

Mais uma aventura para ficar na memória dos meninos!

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